Raízes
Hugo Ramos
Editorial: CORDEL D' PRATA
Sinopsis
Gosto de escrever as coisas de forma clara.Um sobreiro há de ser chamado pelo seu nome e o céu estrelado, o caminho de Santiago – que é como quem diz a nossa galáxia – de quando em vez também a lua a luzir junto com os planetas todos alinhados sob a eclíptica se encontram carregados de nomes próprios.Se não nos ocorre chamar Maria por José porque haveria a poesia de cismar na mudança do nome das coisas? Dizer por exemplo que os dentes moeram a carne quando o que se quer dizer é que também Maria se alimentou carnalmente pode ser um incómodo pata o leitor. Acontece que muitos poetas se esquecem disso porque estão, na verdade, demasiado ocupados na procura das últimas palavras que hão ainda de redimir o mundo.Nenhum poema irá redimir o mundo - seja porque a carne foi moída pelos dentes de Maria, ou porque o poeta, enigmático, resolveu trocar esses dentes pelos de José.
